Provavelmente
você não saiba, mas foi Pedro Álvares Cabral o cabra oriundo de nossa
Pátria-mãe, quem descobriu o tão glorioso país-do-futuro-que-nunca-chega.
Navegador português nascido nos idos de 1467, ex-estudioso de humanidades,
ex-fidalgo da corte, ex-chefe da armada, ex-homem público, nosso entrevistado é
um homem de padrões rígidos, personalidade tesa e cabeça dura!
Ao contrário do que muitos possam pensar, Pedro
Álvares Cabral não morreu! Às vésperas de completar 533 anos de vida, Pedrinho
deixa as terras lusitanas e vem navegar por praias brasileiras.
Pela própria natureza de nossa língua-mater,
faz-se necessário uma certa legenda (que pode ser encontrada ao final da
entrevista, sob o título "LEGENDA"). Aperte sua tecla SAP e confira
esta entrevista exclusiva concedida ao HT.
HT - Seu
Pedro, é uma honra entrevistá-lo...
PAC - Talá! Pois.
HT - Podemos
começar?
PAC - Ocapa. Vamos logo despoletar essa conversa.
HT -
Conte-nos a verdade, somente a verdade: como se deu o descobrimento do Brasil?
PAC - Estávamos nós a navegaire a caminho das
Índias, numa frota com 13 naus a bordo, quando dei-me conta que estávamos
perdidos! Ficamos a vagaire pelo Atlântico quando, em determinado momento,
algures, avistei ao longe alguma coisa. Terra à vista! Meus olhos ficaram
grilidos com tamanha novidade. Entonces, às tantas páginas, disse a meus
companheiros Bartolomeu e Nicolau: "Dê um travão nesse estrupício de barca
e aparquemos ali, pois." Devido à buzaranha que se fazia forte e à
porcaria subdesenvolvida de nossas embarcações de então, aportamos no dia
seguinte. Isso foi uma pica de ânimo para todos, pois já estávamos por demais
cansados de ver tanto maire. Foi bonita a festa, pá! E assim foram descobertas
estas terras.
HT - O que o
senhor imaginou ou sentiu quando avistou aquilo que seria o Brasil?
PAC - Ora bem, pensei que pudesse ser um lugar bem
baril e, por que não dizer, porreio mesmo! Senti-me bestial por descobrire onde
pudéssemos pisar em terra firme, terra esta um tanto quanto aselha, porém
povoada por belas cachopas, com suas cricas peladinhas... Cheguei a planear um
estabelecimento aqui, quem sabe uma charcutaria, porém não sou nenhum chalado
ou cheche varrido: percebi logo que deste mato não sairia nenhum coelho. Pois!
HT - E
agora, 500 anos depois, o senhor volta ao local do crime. Valeu a pena?
PAC - Sinto por demais dizeire isto, mas não estou
a gostaire do que meus olhos vêem. Aldrabãos por toda parte... A bófia sacando
de seus fuscas e atirando cá e lá como se fossem confetes numa carnavalesca!
Lamentável ver tantos putos pelas ruas a pedire esmolas... Fumadores de todo
tipo de ganza, orientando bóia de um pra outro em cada esquina e em plena luz
do dia! Pitos que nunca viram canhotos achando que o dinheiro é mais importante
do que o berço. Tudo muito triste... Ora pois... Dizeire que este país tem
conserto é uma grande tanga. Isso aqui é o rabiosque do mundo, a cave do
inferno! Só foi descoberto porque me perdi...
HT
- Por favor, Sr. Cabral, não se exalte! Mudemos de assunto, pois. Nós,
brasileiros, conhecemos bem o senhor como personalidade altamente relevante ao
nosso povo. Porém, gostaríamos de saber algo mais sobre o Pedro-homem, o ser
humano, o seu lado mais corriqueiro... Por exemplo, qual tipo de comida o
senhor prefere?
PAC - Eu como bem, sou bastante ativo à mesa. De
entrada, uma esfumegante açorda. Para acompanhaire, nada como gambas, carapaus
e percebes, tudo regado a muito piri-piri. Gosto também de uma boa punheta de
bacalhau. E não vivo sem os cacetinhos, adoro um belo cacete fresco! De
sobremesa, gelados! Quando viajo, não me aperto: encho uma grande boceta de
provisões e guloseimas que me agradam ao paladaire. Pois.
HT - Que
apetite, hein, Sr. Cabral?
PAC - Só não me venhas com grelos. Detesto verdes!
HT - Nem uma
alfacinha?
PAC - Oh, pá, e eu lá sou canibal para comeire
alfacinhas?
HT
- Não entendi, senhor...
PAC - Alfacinha em minha terra significa lisboeta,
meu jovem. Depois o português aqui sou eu! (Nota
do editor: para os mais desavisados, lisboetas são os nascidos em Lisboa)
HT - E
beber? O senhor bebe?
PAC - Socialmente, pois. Não sou do tipo que fica
com a cadela à toa!
HT - E
quanto ao seu vestuário? O senhor dá importância a isso?
PAC - Ora, preciso cuidaire de minha imagem, que
diabos! Nunca gostei de mariquices no trajar, apesar de nossas fardas terem um
apelo visual tão fru-fru... Sempre achei esta moda altamente pilosa e dou de
copos pra ela. Meu guarda-fatos é composto de peças no estilo "day-by-day",
uma coisa quase "street-ware". Dou preferência a peças do tipo
"pronto-a-vestire". Lipo e lifting nunca fiz! Não sou de levantar
ferros em academias, pois na minha idade não se levanta mais nada... Mas
aprecio minhas aulas de aeróbica de baixo impacto. Esforço-me, pois, para
manteire barbichas, bigodes e cavanhaques bem aparados. E um capachinho à
cabeça, pois bem sabes que não sou da época do "Interlace". Gosto de
detalhes: não dispenso peúgas novas e "underware" by Calvin Klein.
HT - Sr.
Cabral, e quanto ao sexo? Como foi sua primeira vez?
PAC - Bem, eu já estava mocinho quando o paquete
de minha mãe, filho de nossa mulher-a-dias, me levou a um lupanar, uma casa de
tolerância. Lá chegando, vi uma garina com cara de anjo e corpo de mulheire
adulta. Encantei-me, pois. Na verdade, ela não passava de uma pêga tarada, com
um pipi gigante e peludo de daire medo. Além de um par de seios que mais
pareciam dois esféricos. Tentei não dar espiga que era virgem, mas a menina
tinha um apetite insaciável e eu quase dei marcha-atrás. Ela me burilou as
bolas e se esfregou nomeadamente em minhas partes baixas. De repente, engoliu
minha pila de uma forma entontecedora. Sentou e rebolou, pois. Eu fiquei
talharoco de prazer! Até que ela começou a dar bufas seguidamente e eu pensei:
"Ora, pois, meu pênis não é retrete! Que tipo de suína é essa
rameira?" E caí fora, puxei meus bois de lá rapidinho... Antigamente, o
sexo era mais livre e menos divulgado. Hoje em dia, é parangona de tudo quanto
é periódico. Só lamento que o homem tenha que forraire o pinto com durex por
causa da SIDA!
HT - O
senhor navegou, navegou e veio dar na praia. O senhor é gay?
PAC - Badagaios! Lá vem você, um reporterzinho
tanso e parvo, do Agatê, com essas bardamerdices que lhos são tão peculiares!
Eu deveria tapar-lhe a boca com fita-cola ou penso-rápido, para não falares
comigo assim...
HT
- Perdão, isso é só liberdade de imprensa, não foi minha intenção ofendê-lo...
PAC - Pois já ofendeu-me. Como tu tens a lata de
me perguntaire se sou paneleiro ou não? Prefiro manteire minha homossexualidade
incógnita. Pois.
HT - Bem,
pra terminar: o senhor conhece a última do português?
PAC - Ora, raparigo, você já está a me fazeire
passar dos carretos. Dou por terminada essa entrevista agora. E tenho dito! Até
purquí estou-me nas tintas com seu jornaleco virtual - ou seja lá que piromba
esse Humor Tadela venha a ser. Mortadela é um frio que se come gelado. Bute!
E assim, Pedro Álvares Cabral finalizou nossa
entrevista e saiu soltando fogo pelas ventas. Pois!
Tecla SAP
TALÁ - Olá
OCAPA - OK
DESPOLETAR - Começar
ALGURES - Em algum lugar
GRILIDOS - Arregalados
APARCAR - Estacionar
BUZARANHA - Ventania
PICA - Injeção
ORA BEM - Veja bem
BARIL, PORREIO - Legal
BESTIAL - O Máximo
ASELHA - Desajeitada
CACHOPAS - Nativas
CRICAS - Bucetas
PLANEAR - Planejar
CHARCUTARIA - Mercearia fina
CHALADO - Doido
CHECHE - Gagá
ALDABRÃO - Ladrão
BÓFIA - Polícia
FUSCA - Pistola
PUTOS - Menores
FUMADORES - Fumantes
GANZA - Baseado
ORIENTAR A BÓIA - Passar a maconha
PITOS QUE NUNCA VIRAM CANHOTOS - Novos-ricos
TANGA - Mentira
RABIOSQUE - Cu
CAVE - Sub-solo
AÇORDA - Sopa
GAMBA - Camarão
CARAPAUS - Manjubinhas
PERCEBES - Mariscos
PIRI-PIRI - Pimenta forte
PUNHETA DE BACALHAU - Bacalhau cru, desfiado
CACETINHOS - Pãezinhos
GELADOS - Sorvetes
BOCETA - Caixa |
GRELOS - Verdura
FICAR COM A CADELA - Ficar bêbado
PILOSO - Cafona
DAR DE COPOS - Cagar
GUARDA-FATOS - Guarda roupas
PRONTO-A-VESTIR - Do francês, "Pret-À-Porter"
CAPACHINHO -Peruca
PEÚGAS - Meias
PAQUETE - Mensageiro
MULHER-A-DIAS - Empregada doméstica
GARINA - Garota legal
PÊGA - Prostituta
ESFÉRICO - Bola de futebol
ESPIGA - Bandeira
MARCHA-ATRÁS - Marcha-ré
NOMEADAMENTE - Principalmente
PILA - Pau, pinto
TALHAROCO - Maluco
DAR BUFAS - Soltar puns
RETRETE - Privada
PARANGONA - Manchete
DUREX - Camisinha, preservativo
SIDA - AIDS
BADAGAIOS - Pô
TANSO - Palerma
PARVO - Tolo
BARDAMERDICES - Bobagens
FITA-COLA - Durex
TER A LATA - Ter a cara de pau
PENSO-RÁPIDO - Band Aid
PANELEIRO - Gay
PASSAR DOS CARRETOS - Perder a paciência
PURQUÍ - Porque
ESTOU-ME NAS TINTAS - Estou cagando e andando
BUTE! - Simbora!
POIS - Sabe lá Deus o que isso significa... |