Como gerente do Skapino recebo centenas de milhares, de milhões de pessoas e e-mails (na verdade, uns 4 ou 5 por semana) oferecendo serviços, novos produtos, fornecedores e - mesmo profissionais da área querendo se juntar a nós.
Gentes & coisas se oferecendo, uma prática muito comum hoje
em dia. As pessoas precisam “se vender”. As coisas também. Normal!
Como fecho o Skapino tarde e vou dormir geralmente por volta das 4 da manhã, ADORO quando um telemarketing ativo da vida me telefona às 8 da madrugada oferecendo cartões de crédito, tv´s a cabo, sacos de lixo ou ainda a “oportunidade” de eu adotar uma criança com alguma doença ou deficiência física. Que sorte a minha!
Como fecho o Skapino tarde e vou dormir geralmente por volta das 4 da manhã, ADORO quando um telemarketing ativo da vida me telefona às 8 da madrugada oferecendo cartões de crédito, tv´s a cabo, sacos de lixo ou ainda a “oportunidade” de eu adotar uma criança com alguma doença ou deficiência física. Que sorte a minha!
Já caí em todas as ciladas. Muitas delas até para poder desligar o maldito telefone e voltar ao sono.
Pior é quando ligam perguntando por minha mãe (falecida a mais de 4 anos). Seu nome – o dela – era “Agenir”:
- O SENHOR Agenir está?
E eu, na mais soturna das vozes:
- Não... ELA... MORREU! Ela... MORREU!!! (meu tom grave assusta até a mim mesmo).
Geralmente, a pessoa ativa em seu telemarketing não tá nem aí. Não se constrange nem por ter mudado o sexo de minha mãe e nem o fato de ela não estar mais entre nós.
Condolências? Nem mortos!
- E quem é o responsável pela linha???
Desligo. Não sou obrigado!
Já que citei minha mãe, citarei logo meu pai – Victório (que também já se mudou para a “cobertura”) que, em sua simplicidade e sabedoria, costumava dizer que o que é bom e necessário se vende por si só. E que se a coisa é realmente boa, ninguém fica te oferecendo ou, pior, tentando fazer você entender que você jamais será feliz sem ter tal coisa.
Ele dizia: “Quando eu preciso de algo, eu saio para comprar! Não preciso que ninguém me diga o que eu quero ou preciso.”
É evidente que isso vai contra os preceitos do marketing e da administração de hoje em dia e é claro que, na época de adolescente de meu querido e saudoso pai, não existia esse canibalismo comercial todo.
Mas vamos combinar que ninguém merece ser metralhado por telefonemas e e-mails e correspondências de toda espécie oferecendo, geralmente, aquilo que você não quer, não precisa, não vai usar ou – e principalmente – aquilo que você não pode pagar.
- MAS É EM CINCO VEZES NO CARTÃO!!! - bradam os vendedores, como se – dividindo o pagamento – você não tivesse que pagar integralmente...
Quer saber, esse papo me irritou. Vou agora mesmo ao shopping me encher de coisas desnecessárias e esquecer que esse povo existe.